BC libera R$3 bi para financiamento rural. Mantega quer expansão de 15% no crédito
24/01/2012
Com a estiagem no Sul do país e a possibilidade de quebra de safra de milho, soja e feijão, o Banco Central (BC) mudou as regras para os compulsórios sobre depósitos à vista para beneficiar os agricultores. O BC liberou parte do dinheiro dos correntistas que os bancos são obrigados a deixar parados nos cofres da autoridade monetária para que possam financiar o setor.
A medida pode elevar em R$3 bilhões o crédito rural. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que, para a economia brasileira crescer entre 4% e 5% este ano, será necessário aumentar o crédito de 15% a 17% e reduzir o custo dos financiamentos.
— Temos de expandir o crédito e reduzir o custo financeiro, que ainda está elevado. Esta é a meta que estamos dando para a área financeira do governo. O crédito, hoje, está em 48,5%, 49% do PIB, são R$2 trilhões de crédito. Temos de crescer de 15% a 17% do crédito no Brasil, em 2012 — disse Mantega em reunião ministerial.
No Ministério da Agricultura, a previsão é que, mesmo com a produção menor, não haja desabastecimento. A preocupação agora é o impacto na inflação. O milho por exemplo, é usado como ração de boi, porco, frango e peixe. Se a alimentação do animal fica mais cara, o repasse para o preço da carne é imediato.
Nos cálculos do ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, se a economia brasileira crescer 5%, essa quebra de safra pode significar um aumento de 0,5 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A previsão do mercado é de uma inflação em 5,29% neste ano, acima da meta de 4,5%.
A decisão foi tomada em reunião extraordinária da diretoria do BC e entrou em vigor ontem mesmo. Também será possível abater operações feitas no início do ano, quando os efeitos climáticos foram mais fortes.
Fonte:
O Globo
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