O Reflorestamento como Alternativa de Renda para as Propriedades Rurais
23/11/2010
O plantio de eucalipto e pínus se tornam cada vez mais comum na região oeste do
Paraná, sendo uma alternativa de diversificação e renda para produtores rurais. No
país a demanda por madeira está em torno de 3,5 milhões de m³, o Estado do Paraná
ocupa uma área aproximada de 853 mil hectares de pínus e eucalipto, sendo maior
parte desta área voltada para o setor de papel e celulose na região Sul do Estado.
Segundo cálculo da Consultoria Consufor, uma das maiores empresas de análise do
setor florestal do país, este setor deve atrair cerca de R$ 14 bilhões até 2014 no Brasil,
sendo que uma parte deste valor, R$ 1,7 bilhões deve ser destinada ao Estado do
Paraná. Esse investimento florestal é para atender a demanda de setores que utilizam
a madeira como matéria prima para produção de papel e celulose, painéis,
compensados, serrados e energia (lenha). Com base em alguns estudos de caso os
investimentos em reflorestamento podem alcançar a taxa interna de retorno entre 18%
e 21%, quando respeitadas as técnicas de manejo na lavoura assim como
conhecimento financeiro do empreendimento.
Na nossa região os produtos mais procurados são para desdobro e lenha, sendo que
a madeira destinada para lenha (energia) tem forte demanda na região oeste do
Paraná por abrigar inúmeras agroindústrias e unidades de beneficiamento, que
dependem desta fonte de energia para manutenção das operações. Diante desta
crescente demanda, surgem alguns questionamentos: Como tomar a decisão de
implantação do plantio? Qual será o destino da minha produção? (lenha ou desdobro)
Qual a minha lucratividade? Quais espécies plantar? Qual espaçamento e população?
As respostas para essas questões podem ser encontradas na elaboração de Projetos
de Viabilidade econômica financeira, proporcionando dados para a melhor tomada de
decisão quando da implantação do reflorestamento, oferecendo indicadores
financeiros, estudo de mercado e cronograma dos tratos culturais, respondendo os
questionamentos citados acima.
Dependendo do destino da comercialização, o reflorestamento seja de eucalipto ou de
pínus recebe diferentes manejos, se a condução for para a produção de lenha os
tratos culturais são menos exigentes e a colheita ocorre em média 4 anos após plantio,
caso a comercialização for para desdobro os tratos culturais já são mais exigentes e a
colheita leva em média 12 anos após o plantio. O manejo correto da lavoura de
reflorestamento é fundamental para alcançar um resultado positivo em volume de
madeira e qualidade da produção. Á partir destas informações o produtor rural precisa
verificar que o plantio de reflorestamento precisa ser muito bem avaliado e estudado,
daí vem a necessidade da elaboração de projetos para redução dos riscos da
atividade.
Na condução de um plantio de eucalipto são necessários manejos como podas e
raleios, além do produtor estar atento á ataque de pragas, principalmente cupins e
formigas e a presença de plantas invasoras que interferem de maneira significativa no
desenvolvimento da planta. É preciso ficar atento à época de plantio para evitar
geadas, cuidados na compra das mudas e preparo do solo para o plantio. Essa fase
de implantação da lavoura é de extrema importância para o sucesso do
empreendimento, nesta fase é inadmissível erros. As podas também já ocorrem no
primeiro ano de condução do empreendimento, sendo de extrema importância a
orientação técnica de Engenheiros Agrônomos e Florestais para a qualidade futura da
produção.
Os raleios também são fundamentais para incremento de produção e melhoria da
qualidade da madeira, onde são selecionadas as plantas que tem menor vigor para
serem colhidas, dessa maneira o restante da produção ganha em volume e em
qualidade. As plantas de reflorestamento apresentam outra vantagem econômica
importante, as rebrotas, que quando conduzidas de maneira correta apresentam boa
produtividade com menores custos resultando em satisfatório retorno financeiro.
Para implantação do reflorestamento, o governo apresenta algumas linhas de crédito
para investimento em florestas plantadas, como as Linhas PROPFLORA e a mais
nova Resolução do BNDES referente ao Programa para Redução da Emissão de
Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), que tem entre outras as
finalidades, oferta de crédito para a implantação e manutenção de florestas
comerciais, com juros de 5,5% a.a, carência de até seis meses depois do primeiro
corte da madeira, e prazo de até 12 anos, com limite de crédito de R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais) por beneficiário, o crédito podem ser adquiridos através de
projetos elaborados por Assistência Técnica credenciada junta á instituições
financeiras.
Como em qualquer empreendimento, o reflorestamento exige conhecimento técnico e
financeiro, assim como preparo e estrutura para conhecimento deste mercado.
Quando os manejos culturais são realizados de forma correta e o empreendimento
bem planejado, a probabilidade da taxa interna de retorno do reflorestamento alcançar
os números citados no início do texto é grande, conseqüentemente levando o
empreendimento ao sucesso.
Eng. Agrônoma Vanessa Taques Batista e Contador Rangel de Oliveira Josefi
AGROPLANO CONSULTORIA LTDA
Fonte:
Agroplano Consultoria LTDA
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